Graças às maravilhas da tecnologia, pude ver na passada quinta-feira os dois jogos das equipas portuguesas na Taça UEFA. Braga e Benfica tinham a oportunidade de completar o ramalhete de pontuação, depois das vitórias de FC Porto e Sporting nos dias anteriores. Dos dois, a equipa arsenalista era a que tinha uma missão mais difícil, quase hercúlea, ao defrontar o todo-poderoso AC Milan em pleno San Siro. Curiosamente, foi de longe a equipa que melhor se cotou. Ancelotti fez o que costuma fazer nestas ocasiões, mudando o onze titular qualquer por completo. Pirlo, Nesta, Maldini, Seedorf, Ronaldinho, Ambrosini e Abbiatti foram todos relegados para o banco ou para a bancada, inclusive. O Braga, por seu turno, entrou com a equipa mais ofensiva que Jesus costuma colocar a jogar, com Vandinho na parte de trás do losango, Luís Aguiar na frente e César Peixoto e Alan nas alas, com Rentería e Meyong.
Digamos apenas que nunca uma equipa portuguesa terá tido uma oportunidade tão atractiva para pontuar ou quiçá vencer em San Siro (sim, estou ao corrente das vitórias do FC Porto em 1978 e 1996). O Braga jogou de igual para igual com o seu adversário, olhos nos olhos, e foi-lhe superior em muitos momentos, na verdade. Não fosse Rentería e a sua já proverbial repulsa pelos golos, o Sporting de Braga poderia ter trazido na bagagem um resultado histórico. Bateu-se com valentia, mostrando a todos que é possível explorar as fraquezas de todos os adversários, chamem-se eles Milan ou Artmedia. A equipa bracarense perdeu, sim, mas com toda a dignidade, tendo sido abatida apenas no último minuto com um lance de génio de Ronaldinho. Jorge Jesus pode ter perdido, mas percebeu que não precisa de se esconder de ninguém nem de ter vergonha da sua própria equipa. Ao contrário do costume, tive orgulho em ver uma equipa portuguesa na UEFA.
Se ao menos houvesse mais gente assim no país, talvez conseguíssemos fazer entender que somos tão bons ou melhores do que quem nos rodeia - apenas vendemos pior aquilo que fazemos.
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