Monday, May 14, 2012

Liga dos Campeões - Análise do Bayern de Munique

Equipas e movimentações iniciais previstas

Muito embora não fosse este o embate mais popular (um possível confronto entre Barcelona e Real Madrid era o mais desejado por todos), a final da Liga dos Campeões do próximo sábado promete ser um encontro entusiasmante, especialmente porque os estilos das duas equipas não poderiam ser mais diferentes. Uma vez que o Chelsea foi extensivamente analisado aqui, aqui, aqui e aqui, o texto de hoje debruçar-se-á sobre a equipa alemã.

Enquanto o Chelsea se transformou num coeso bloco defensivo com uma abordagem mais reactiva sob as ordens de Roberto Di Matteo, a postura do Bayern de Munique é mais ofensiva e, por conseguinte, o seu onze apresenta um claro desequilíbrio a favor do sector atacante. Com efeito, é difícil imaginar uma equipa mais adequada (em teoria, pelo menos) à recém-descoberta solidez defensiva do Chelsea. 

  • Pontos positivos
É indiscutível que o Bayern é uma equipa de nível mundial; se assim não fosse, não teria batido Real Madrid, Manchester City e Nápoles - entre outros - a caminho da final. Conforme referido anteriormente, a sua força reside evidentemente nas zonas mais avançadas do terreno, com figuras como Mario Gómez, Franck Ribéry, Arjen Robben e Bastian Schweinsteiger. 

Existem dois aspectos fundamentais no jogo do Bayern. Antes de mais, Mario Gómez. É justo que qualquer análise comece por este fantástico ponta-de-lança alemão de ascendência espanhola. As duas mais recentes épocas deste avançado foram sensacionais e, se não fossem os feitos extraterrenos de Messi, seria o melhor marcador da competição. O outro aspecto são os dois extremos, Ribéry e Robben, jogadores insuperáveis em situações de 1v1 e capazes de semear o pânico em qualquer altura. 

Apesar de a descrição da sua posição ser idêntica, o movimentos de ambos é muito distinto. Enquanto Robben joga junto à linha lateral e tende a flectir para o centro, Ribéry tem maior propensão para pegar na bola em zonas mais recuadas em direcção à linha de fundo.

O Bayern apresenta movimentações interessantes
ao concentrar as atenções numa ala e explorar o lado fraco.
Quando Robben flecte para dentro, Gómez tende a ir ao seu encontro, libertando Ribéry.

  • Pontos negativos
À semelhança do Chelsea, a equipa alemã não poderá contar com jogadores fundamentais, tais como Alaba, Gustavo e Badstuber - o que equivale a quase todo o lado esquerdo. O Bayern tem sido repetida e assustadoramente frágil na ala esquerda. Por exemplo, Ribéry tem uma arreliadora tendência para se alienar das suas tarefas defensivas e tanto Alaba como Gustavo denotam imensas dificuldades em termos posicionais, abrindo-se desse modo brechas na sua muralha defensiva. 

Qualquer equipa que defronte o Bayern
sabe que o flanco esquerdo é a melhor opção para atacar.

Ao que parece, todas essas ausências poderão revelar-se felizes para Jupp Heynckes, uma vez que Lahm actuará provavelmente no lado esquerdo, com Rafinha a ocupar o outro flanco, e Kroos recuará para a sua posição natural ao lado de Schweinsteiger. Com o recuo de Kroos, será provável que Müller seja chamado para jogar na posição 10. A grande questão em torno de Müller é a inconstância das suas exibições, algo que não faz propriamente falta numa final da Liga dos Campeões.

Para além disso, o posicionamento defensivo do Bayern deixa muito a desejar. Talvez a presença de Van Buyten traga consigo alguma estabilidade ao sector mais recuado, uma vez que os homens de Heynckes repetem erros que qualquer equipa de amadores tenta não cometer - como, por exemplo, a ausência de cobertura defensiva ou o desaparecimento de um dos centro-campistas. A título de exemplo, a final da taça alemã deixou a nu as enormes fragilidades do sector contra a simples dupla de ataque de Kagawa e Lewandowski, o que parece deixar a entender que Mata e Drogba estarão na sua zona de eleição.

É invulgar que uma simples estratégia de futebol directo
produza tantas oportunidades de golo.
  • Conclusão
No cômputo geral, o jogo deverá ser equilibrado, dada a tradição da Liga dos Campeões segundo a qual ambas as equipas têm algum receio de sofrer o primeiro golo. Ainda assim, é a opinião deste blogue que a abordagem sóbria e reactiva do Chelsea se sobreporá à atitude mais arriscada e ofensiva do Bayern - embora convenha ter em atenção que as duas equipas estarão desfalcadas de alguns jogadores importantes, o que poderá provocar desequilíbrios numa das equipas (ou até mesmo nas duas).