Thursday, April 14, 2011

O anti-herói do Tottenham

A singela homenagem de um adepto ao seu guarda-redes

Tuesday, April 12, 2011

Lar, doce lar

Nos últimos tempos, tem sido frequente ouvirmos falar da "casa táctica" de Luís Freitas Lobo. No fundo, aquilo a que o atento observador se refere é a disposição e movimentações com que a equipa se identifica, quer de forma natural (pela predisposição dos seus jogadores), quer pelo trabalho do seu treinador.

Não querendo de forma alguma descurar o restante trabalho de José Couceiro, aquilo que salta claramente à vista é a capacidade do treinador sportinguista de conferir à equipa uma coerência táctica - posicionamento, movimentações, transições - que Paulo Sérgio nunca conseguiu implementar nos longos meses em que esteve à frente do clube. Com essa estabilidade, a equipa verde e branca logrou manter-se afastada - tanto quanto possível - da confusão reinante no clube, trazendo alguma alma e dignidade a um "grande" do futebol português.

Em momentos mais complicados, as coisas mais simples poderão revelar-se decisivas. Ao teimar em não estabilizar um onze, um esquema táctico e uma forma de jogar, Paulo Sérgio apenas serviu para agudizar uma intranquilidade que já grassava na equipa. Ao invés, Couceiro optou pela estratégia inversa: dar continuidade a uma ideia de jogo e reunir os jogadores em torno da mesma. Os resultados estão à vista.

Uma suspeita materializada

Sporting de Braga e Vitória de Guimarães defrontaram-se ontem naquilo que prometia ser um encontro escaldante, com a rivalidade entre os dois lados nos píncaros. De facto, até os tradicionalmente pacatos treinadores Domingos Paciência e Manuel Machado se envolveram em algumas escaramuças verbais, no seguimento da recusa do Vitória em adiar o jogo, de modo a que os seus adversários pudessem ter mais alguns dias de descanso até à partida contra o Dínamo de Kiev, a contar para a Liga Europa.


No entanto, o jogo trouxe-nos algo diverso. Os vitorianos nunca pareceram interessados em discutir o resultado, parecendo acreditar que o cansaço acumulado do oponente seria suficiente para abrir brechas na (recentemente) sólida muralha bracarense. Com efeito, mesmo fazendo descansar alguns titulares - como Vandinho, Alan, Paulo César, por exemplo -, Paciência nunca deixou de querer ganhar o jogo. Por seu turno, Machado contentava-se em ver a sua equipa a defender bem, limitando as suas transições ofensivas às bolas longas invariavelmente lançadas pelo guarda-redes Nilson na direcção de Toscano e Targino (ou seja, rumo ao flanco direito do Sporting de Braga).


A primeira parte resumiu-se a uma batalha estratégica. O Vitória baixava as suas linhas, tentando não dar espaços aos extremos Ukra e Hélder Barbosa, com o Sporting de Braga algo renitente em incorporar os seus laterais nas manobras ofensivas e algo lento na variação do centro de jogo. Se juntarmos a isso uma falta de dinâmica dos extremos bracarenses nas movimentações e um bom posicionamento defensivo dos de Guimarães, será fácil compreender a falta de oportunidades de golo durante o primeiro tempo - excepção feita ao remate de Targino no primeiro minuto, salvo in extremis por Miguel Garcia.


No segundo tempo, porém, as coisas foram diferentes. Alan entrou para o lugar de Hélder Barbosa e essa mudança revelou-se decisiva. O extremo brasileiro mostrou-se mais incisivo, ganhando mais faltas em zonas perigosas e obrigando a uma maior atenção por parte da defensiva adversária. Por seu turno, Machado tentou ir à procura de um resultado mais satisfatório, colocando Edgar em campo e, pouco depois, Rui Miguel no lugar do inoperante Jorge Ribeiro (prejudicado pelo seu posicionamento como "10").


Como seria de esperar, este posicionamento mais ofensivo abriu brechas na manta vitoriana, capitalizadas pelo golo de Paulão no seguimento de um canto. Note-se que o golo surge de uma gritante falta de concentração defensiva num lance de bola parada, sendo o melhor exemplo do que vinha começando a ser evidente: o Vitória, com muito pouca posse de bola e, pior, com má qualidade no tempo em que a tinha, desgastou-se e os seus jogadores começaram a acusar o desgaste de andar sempre atrás do esférico.


A partir de então (e com o segundo golo a surgir 2 minutos depois), os vimaranenses não mais encontraram o rumo e desorientaram-se por completo. Embora a linha da frente tentasse pressionar, o resto da equipa não acompanhava, partindo a equipa em dois blocos, falha que o Sporting de Braga aproveitou na perfeição.


Em resumo, este jogo serviu para comprovar definitivamente que, nos dias que correm, os bracarenses são quem manda na disputa muito particular que se verifica eternamente no Minho. O Vitória demonstrou ter ainda um longo caminho a percorrer em direcção à estabilização da sua equipa e a uma participação frequente nas competições europeias - uma participação que os bracarenses têm sabido capitlaizar e aproveitar.