Thursday, January 29, 2009

A nota da semana


Tendo crescido e sido criado em Paranhos e com uma boa parte da minha família intimimamente ligada à história do Salgueiros, não pude deixar de sentir uma certa nostalgia ao ver o velho clube outrora de Vidal Pinheiro voltar à ribalta do futebol. Com outro nome e noutras divisões, é certo, mas com brio e sempre com a sua fiel legião de seguidores. Na verdade, o Salgueiros tem tido uma média de espectadores na ordem dos dois milhares, algo de que muitos clubes da primeira Liga nem sequer se aproximam.

No último Domingo, dois históricos da cidade do Porto encontraram-se no Estádio do Bessa, promovendo uma festa a que os cameponatos distritais raramente têm acesso, provando que há clubes, como o Salgueiros ou o Leixões, que têm uma mística para a qual é muito difícil encontrar explicação. Pela minha parte, apenas posso desejar que um clube tão querido e apoiado como o Salgueiros recupere rapidamente o seu lugar entre os grandes, mas sem se esquecer de evitar os erros que quase lhe custaram a ruína.

Um jogo de bandeja


Tantas e tantas vezes ouvimos falar mal do futebol que se pratica pelo nosso burgo, que, por vezes, é-nos difícil constatar que estamos perante um bom jogo de futebol quando se nos depara. Passamos tanto tempo a ser bombardeados com as "polémicas" das arbitragens, que nos esquecemos daquilo a que o futebol se resume verdadeiramente. Pois bem, o jogo de ontem foi um presente caído dos céus. Com transmissão em sinal aberto, num campo em óptimas condições, defrontaram-se duas equipas que apenas quiseram disputar o jogo pelo jogo, expressão típica que tenciona descrever um encontro em que duas equipas não estão interessadas em quezílizas estapafúrdias ou picardias com tudo o que encontrarem pela frente.

Eu faço parte dos tolos que, quando não podem ver os jogos em directo, os visionam ao final da noite, para poder apreciar todos os desenvolvimentos do jogo. Com sorte, consigo até não saber o resultado, o que só aumenta o suspense. Cansado como estava, o mais provável seria adormecer, mas foi-me impossível dormir ao ver uma equipa como o Leixões, com um orçamento reduzido, sem grandes opções defensivas, assumir o jogo no Dragão como se de um gigante europeu se tratasse.

Quanto mais vou percebendo de futebol, mais admiro José Mota, um técnico algo áspero na primeira impressão, mas que percebe de futebol como poucos em Portugal, particularmente no âmbito das equipas mais pequenas. Ver os matosinhenses pressionar alto, assumir as despesas ofensivas do jogo, não se intimidarem por se encontrarem a perder aos cinco minutos encheu-me de esperança; afinal, é possível praticar um futebol positivo, por mais limitados que sejam os recursos. Com mais treinadores e jogos assim, os estádios voltariam a encher-se - disso não tenho a mínima dúvida.

Tuesday, January 27, 2009

Um sonho

E se dirigentes, jogadores e treinadores que falassem dos árbitros antes ou depois dos jogos fossem castigados? Do que se falaria durante a semana...?

A acção do líder


À imagem de muitos adeptos do futebol, sempre fui um admirador confesso de Mourinho. Não me revejo em algumas das suas atitudes para com o jogo, mas reconheço que o seu percurso tem sido de facto muito particular. No entanto, não posso deixar de reconhecer que a sua passagem pelo Inter está a ser tudo menos pacífica, especialmente porque os adeptos deste clube estavam habituados não só a vencer (são actualmente tricampeões de Itália), como a vencer com alguma souplesse.

Ora, hoje por hoje, a equipa de Mourinho está longe de convencer seja quem for e, aparentemente, o seu modelo de jogo parece estar desadequado em relação aos seus jogadores, mas especialmente em relação aos seus adeptos. Foi estranho ouvir os assobios da massa associativa nerazzura no último Domingo ao constatar que a sua equipa não foi capaz de fazer uma jogada com pés e cabeça até ao minuto 42. Creio que a prova mais fiel sobre como o plantel parece não saber onde está foi o acto irreflectido de Mourinho que lhe valeu a expulsão. E quando os jogadores vêem o treinador perder a cabeça assim tão facilmente, o mais provável é que lhe sigam o exemplo.