Wednesday, June 22, 2011
Olhando para as estrelas - N.º 1
Abre-se aqui um espaço para falar do que verdadeiramente move o futebol: os jogadores. Ao ver alguns jogos do Campeonato Mundial de sub-17, houve um jogador que sobressaiu: Patrick Olsen. O médio dinamarquês do Brondby parece um jogador muito mais maduro do que a sua idade daria a entender, dando já mostras de plena noção de espaço, tempo de passe e capacidade de decisão, o que poderá deixar antever um futuro risonho a este centrocampista.
A queda de um mito
A notícia da contratação de André Villas-Boas pelo Chelsea foi o golpe final na esperança do comum adepto de que o futebol fosse algo mais do que apenas um negócio, destroçando qualquer resquício de romantismo que pudesse ter sobrado. Com efeito, a nação portista sentia-se um pouco mais protegida face a uma possível deserção do seu valioso técnico dadas as suas incontáveis manifestações de portismo, deixando cair sempre que necessário a sua paixão pelo clube, culminando na já célebre expressão da "cadeira de sonho", jurando que treinar a equipa do seu coração seria uma das suas máximas ambições.
Ao professar tantas vezes (aquilo que se sabe agora ser) uma mentira, ganhou não só o direito a que todos os adeptos portistas ficassem do seu lado, mas também a responsabilidade de cumprir o que tantas vezes prometeu ao longo da época (incluindo após vencer três das cinco competições desta época).
Se os adeptos azuis e brancos sofreram com a saída de Mourinho, a de Villas-Boas foi incomparavelmente mais dramática. Se, por um lado, Mourinho nunca propalou a sua dedicação incondicional ao clube, Villas-Boas vai mais longe ao deixar o clube desamparado, dado que não foi contratado nenhum dos treinadores desejados em virtude da sua permanência.
Não se trata aqui de atacar a oportunidade profissional do treinador do Chelsea, pois cabe única e exclusivamente a cada um decidir o que julga ser melhor para si. Trata-se sim de constatar que se nem um treinador da casa, ferrenho adepto confesso do clube, cede à tentação de atropelar a sua palavra, demonstrando um absoluto desrespeito pelo compromisso que celebrou de livre vontade, o que podemos esperar nós da legião de contratados que todos os anos chegam aos clubes portugueses, sem qualquer pejo em admitir logo nas primeiras entrevistas que estão em Portugal meramente para dar o salto para um local melhor? Numa empresa convencional, quem seria o patrão que contrataria um funcionário que admitisse na primeira conversa estar ali apenas enquanto não surge algo melhor?
Se tomarmos em consideração que nunca como hoje os clubes tiveram semelhantes condições económicas e que nunca como hoje o futebol foi um negócio tão rentável (através de sites, canais de televisão, jornais, entre outros) como resultado directo do investimento dos fãs, não deixa de ser irónico que essa sensação de pertença a um símbolo, a um espírito, a um clube seja estilhaçada por aqueles que dela vivem.
Resta aos adeptos continuarem a torcer pelas duas dúzias de jogadores e treinadores que, naquele momento, por feliz acaso, não tinham sítio melhor para estar.
Ao professar tantas vezes (aquilo que se sabe agora ser) uma mentira, ganhou não só o direito a que todos os adeptos portistas ficassem do seu lado, mas também a responsabilidade de cumprir o que tantas vezes prometeu ao longo da época (incluindo após vencer três das cinco competições desta época).
Se os adeptos azuis e brancos sofreram com a saída de Mourinho, a de Villas-Boas foi incomparavelmente mais dramática. Se, por um lado, Mourinho nunca propalou a sua dedicação incondicional ao clube, Villas-Boas vai mais longe ao deixar o clube desamparado, dado que não foi contratado nenhum dos treinadores desejados em virtude da sua permanência.
Não se trata aqui de atacar a oportunidade profissional do treinador do Chelsea, pois cabe única e exclusivamente a cada um decidir o que julga ser melhor para si. Trata-se sim de constatar que se nem um treinador da casa, ferrenho adepto confesso do clube, cede à tentação de atropelar a sua palavra, demonstrando um absoluto desrespeito pelo compromisso que celebrou de livre vontade, o que podemos esperar nós da legião de contratados que todos os anos chegam aos clubes portugueses, sem qualquer pejo em admitir logo nas primeiras entrevistas que estão em Portugal meramente para dar o salto para um local melhor? Numa empresa convencional, quem seria o patrão que contrataria um funcionário que admitisse na primeira conversa estar ali apenas enquanto não surge algo melhor?
Se tomarmos em consideração que nunca como hoje os clubes tiveram semelhantes condições económicas e que nunca como hoje o futebol foi um negócio tão rentável (através de sites, canais de televisão, jornais, entre outros) como resultado directo do investimento dos fãs, não deixa de ser irónico que essa sensação de pertença a um símbolo, a um espírito, a um clube seja estilhaçada por aqueles que dela vivem.
Resta aos adeptos continuarem a torcer pelas duas dúzias de jogadores e treinadores que, naquele momento, por feliz acaso, não tinham sítio melhor para estar.
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