Thursday, January 20, 2011

Algumas coisas não necessitam de palavras

Sunday, January 16, 2011

A nova vida de Ramires

Ramires foi contratado esta época pelo Chelsea ao Benfica, tendo deixado uma lacuna de difícil preenchimento. No entanto, confesso que, até ontem, não tinha visto nas suas exibições muito mais do que o esforço e profissionalismo que o jogador brasileiro sempre põe em campo. Contra o Blackburn, o médio andou mais nas imediações das suas zonas preferenciais, como se pode ver pelo gráfico mais abaixo, onde estão descritos os roubos de bola efectuados. Com efeito, Ramires limitou mais a sua acção a fechar (e muito bem o seu lado direito) e a compensar as subidas de Michael Essien.

Pessoalmente, creio que terá sido a melhor exibição que já vi Ramires fazer esta época, talvez por não lhe ser cobrado tanto em termos ofensivos, ficando mais à vontade para realizar as suas tão típicas transições rápidas. Talvez agora o seu rendimento possa estabilizar nos elevados níveis a que nos habituou.











 by Guardian Chalkboards

O corte epistemológico

Quando éramos miúdos, o meu pai recorria frequentemente a uma explicação sempre que nos depáravamos com algo que não nos queria explicar naquele momento: o corte epistemológico. Na altura, essas duas palavrinhas tiravam-me do sério. Hoje, ao ver o jogo entre Liverpool e Everton, dei por mim a pensar nessa tão habitual expressão. Durante as várias épocas em que Raúl Meireles esteve no FC Porto, habituámo-nos a ver um jogador atreito ao cansaço, quase roçando o rótulo de frágil. Como tal, continuo a não conseguir evitar ficar surpreendido ao vê-lo na Premier League, a jogar de três em três dias, com uma frescura física invejável e com uma intensidade que ninguém, creio, lhe adivinhava.

É verdade que perdeu em algumas facetas do seu jogo; com a maior intensidade, a sua eficácia de passe sofre, como seria de esperar, naturalmente. No entanto, parece hoje em dia muito mais adaptado às exigências do futebol moderno, em vez de parecer ter sido atingido por um relâmpago, como acontecia tantas e tantas vezes quando o FC Porto defrontava equipas de outra estaleca ao nível europeu.

Deixo mais abaixo um mapa representativo dos seus passes (certos e falhados), onde julgo ser possível ver a sua elasticidade de movimentos, mantendo ainda a capacidade de marcar golos.










 by Guardian Chalkboards