Tuesday, September 16, 2008

Richard Wright

Um pequeno parêntesis que nada tem a ver com futebol, mas que se revela muito mais importante para mim, neste momento.



Sempre que alguém como Richard Wright morre, o mundo fica um pouco mais pobre. Um homem com um vastíssimo conhecimento musical (e não só), com uma enorme sensibilidade estética - tanto mais impressionante quando sabemos que foi um auto-didacta durante muito tempo - e sempre reservado é uma pérola, especialmente nos dias que correm. Sempre mais preocupado em fazer música do que em reclamar o mérito de quem ou o quê representava os Pink Floyd, como diz David Gilmour no seu comunicado, Wright distinguiu-se como teclista dos Pink Floyd, mostrando que, muitas das vezes, não nos apercebemos das maravilhas que acontecem quando não estamos a olhar (neste caso, a ouvir). Não podendo ser propriamente elevado à categoria de génio, era um artista extremamente subvalorizado que, pessoalmente, me marcou para sempre.

Dúvida existencial

Se há coisa que não compreendo nem consigo conceber é como é que um treinador (neste caso, Casemiro Mior) é capaz de afirmar, dois meses depois do início oficial da época, que, se calhar, ainda não encontrou a melhor táctica e, por isso mesmo, ainda anda a experimentar todas as soluções possíveis para ver qual delas é a melhor. Este é, na minha opinião, o principal problema de muitos treinadores. Ao deixarem-se levar pelo modo como as coisas sempre foram feitas, esqueceram-se de que o futebol mudou radical e velozmente nos últimos anos. Ao insistirem em pré-épocas quase sem treino táctico, perdem tempo precioso que poderia ser aproveitado a exercitar mecanismos que se aplicassem ao jogar pretendido pelo treinador. Ao invés, os treinadores convecem-se de que haverá sempre tempo para se irem afinando esses mecanismos. De que interessa o físico se os jogadores não souberem ao serviço de que esquema táctico o irão utilizar? O estilo de jogo, as nuances tácticas - tudo isso afecta sobremaneira a forma, o momento e necessidades físicas da equipa.

The Champions

Tem hoje início mais uma edição da Liga dos Campeões. Por mais que os campeonatos nacionais se possam assumir como barómetros das equipas a nível interno, é no cenário europeu que todas as equipas participantes na prova máxima da UEFA querem provar o seu valor. Pessoalmente, para mim começa hoje a época propriamente dita. Acabaram-se as desculpas do pouco tempo do treinador à frente da equipa, o período de adaptação das novas contratações - tudo. A partir de hoje, todos querem saber de resultados. O que nos ditará o futuro?

Espero honestamente que as equipas portuguesas consigam fazer melhor figura do que no ano passado e que seja desta feita que o Sporting consegue transitar para os oitavos-de-final, para que o prestígio do futebol português continue a aumentar e, em última análise, para que as equipas portuguesas sejam cada vez mais colocadas em xeque, de modo a que alguns dos corpos mais estranhos e nocivos do nosso futebol sejam removidos (de forma permanente, esperamos).