E eis que a competição começa lentamente a regressar ao seu local habitual: às televisões. Depois de um bom Campeonato da Europa, todo o verdadeiro adepto de futebol que se preze está ansioso por duas coisas - férias e o início da Superliga. Como tal, os jogos de pré-época são devorados como se de finais da Liga dos Campeões se tratasse. Afinal de contas, há quanto tempo já não vemos a nossa equipa ou os adversários? Neste momento, tudo é importante!
Eu sou sem dúvida um destes incondicionais. Ver FC Porto, Benfica e Sporting vira hábito há muito perdido, absoluta e completamente inculcado. Como tal, não foi com grande surpresa que dei por mim a tentar ver todos os jogos deste fim-de-semana futebolístico. Infelizmente, apenas consegui ver os jogos de Benfica e Sporting.
Costuma dizer a sabedoria (?) popular que os resultados são o que menos interessam por estes dias. Compreendo o princípio que norteia esse argumento, mas não creio que seja tanto assim, e não apenas pelos adeptos, sempre desejosos de ver o seu clube vencer. Não acho, por exemplo, que seja coincidência, azar ou pouco preocupante o saldo final da participação do Benfica neste Torneio do Guadiana. Aliás, se estivesse na posição de homem-forte do clube encarnado, nunca teria sancionado a participação dos encarnados nesta prova. Sabendo, como todos sabemos, que o Benfica é, dos três grandes, aquele onde menos tempo parece haver e que Quique Flores tem ainda muito por fazer, não vejo grande interesse em colocar a equipa frente a um Sporting ao fim de pouco tempo. Não era difícil adivinhar o desfecho final do embate entre estas duas equipas, o que poderá retirar alguma margem de manobra ao treinador da Luz, uma vez que o que os adeptos viram foi uma absoluta incapacidade de atacar, opções confusas, "carradas" de jogadores que não têm nem terão lugar no plantel (Edcarlos é apenas um deles) e imensas experiências. Luís Sobral dizia algo com que concordo: hoje em dia, há inúmeras formas de se conhecer os jogadores que vão fazer parte de um planter - dos vídeos aos relatórios de campo, entre muitas outras. Não são (ou não deveriam ser) três jogos a fazer a diferença.
Compreendo com alguma dificuldade que, para os lados da Luz, se continue a afirmar que ainda vão entrar vários jogadores (independentemente da sua qualidade). Afinal de contas, parece subsistir para as bandas da Segunda Circular o hábito de não definir de princípio o grupo com que se vai trabalhar, fundamentar opções atempadamente ou resolver questões pendentes de modo a oferecer as melhores condições ao treinador. E convenhamos que ter quase 40 jogadores à sua disposição não facilita em nada as decisões do treinador.
De resto, pelo que vi, ainda há muito trabalho a fazer a todos os níveis. Não há, pelo que se vê, qualquer esboço de onze titular e as segundas opções estão ainda muito verdes, estando algumas delas claramente descontextualizadas. Creio que, especialmente devido ao início do campeonato, o Benfica deveria ter optado por opções mais atempadas, decididas e fundamentadas. Das mais recnetes contratações, não apostava que mais do que duas fossem bem sucedidas, no rescaldo da época que nós, treinadores de bancada, haveremos de fazer.
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