- Grécia. Teria sempre de se esperar muito mais dos campeões europeus em 2004. Creio que Otto Rehagel não foi lesto a retirar as devidas ilações do apuramento para o Mundial de 2006. O futebol que lhe permitiu levar de vencida o campeonato organizado em Portugal foi perdendo os seus encantos e necessitava de evoluir. Ao recusar fazê-lo, Rehagel acabou por cavar um buraco na areia para si e para os seus jogadores. Grande parte das selecções sabia perfeitamente o que fazer para vencer a Grécia. Notou-se.
- França e Itália. Pessoalmente, creio que a desilusão francesa é incomparavelmente maior, uma vez que parece decididamente uma embarcação completamente à deriva, sem rumo nem timoneiro. Quanto à Itália, apesar dos meus progonósticos, acabou eliminada nos penalties às mãos dos futuros campeões europeus, revelando falta de eficácia tanto a atacar como a defender e a ausência de desequilibradores para além de Pirlo.
- A estrutura da competição. Muito já se falou, antes do Europeu, sobre a esquematização do mesmo. Emparelhar dois grupos até à final poderia ter-se relevado complicado, causando repetições de jogos de duas partidas após o final dessa fase. Creio que não haveria essa necessidade.
Em relação aos pontos altos, havendo muitos a destacar, gostaria de realçar três, começando pelo óbvio:
- Espanha. Boa organização de jogo, boa forma de encapotar as falhas da sua própria equipa, um guarda-redes que não comprometeu e dois avançados muito bons (embora Torres tenha estado um pouco aquém das suas prestações em Inglaterra, o que nos poderia levar para a questão da qualidade dos defesas em terras de Sua Majestade). Xavi e Marcos Senna foram duas peças fundamentais, mas convém não esquecer Fabregas, Iniesta ou Villa.
- Alemanha. Terceiro lugar no último mundial e finalista vencida no último Europeu. Se levarmos em conta as prestações anteriores a essas competições, poderemos ver que a Mannschaft foi capaz de dar a volta a uma tendência negativa que se vinha desenhando há alguns anos a esta parte, provando que uma boa mentalidade e eficiência são capazes de disfarçar falhas aparantemente muito importantes.
- Turquia. Bem sei que, quando se fala na equipa de Ancara, se fala especialmente do seu "coração", fazendo referência à sua capacidade de luta. No entanto, por mais importante que seja, os turcos demonstraram algo mais do que isso - boa qualidade de jogo, boas movimentações, excelente leitura do jogo adversário e uma invulgar capacidade de sofrimento e entreajuda. Ao contrário do que o próprio afirmara anteriormente, o seleccionador Fatih Terim continuará até 2012.
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