Aviso à tripulação: Aimar está longe de ser o meu jogador favorito. Posto isto, posso dizer que fiquei agradevelmente surpreendido com a sua contratação (embora, dadas as constantes actualizações das negociações, "surpreendido" possa parecer uma palavra forte). Creio que a contratação do argentino era não só fundamental para o Benfica conseguir desviar atenções da decisão desfavorável relativa à sua participação na Liga dos Campeões, como também para assegurar aos benfiquistas (jogadores e associados) a continuidade do testemunho da camisola 10. No entanto, este texto não se deve a nada disso. Deve-se, isso sim, à constatação que, afinal, o campeonato português já não é só a localização dos coitadinhos, conforme os Luisões, Quaresmas e Moutinhos deste país nos fazem sentir, defeso após defeso, como se lhes devêssemos prestar vassalagem por se dignarem a passear a sua classe nos nossos campos.
Afinal, ao contrário do que suspeitávamos, há uma porta de entrada grande para o nosso campeonato, não só de saída. Afinal, é possível que um jogador prefira vir jogar para o Benfica em vez de ficar rico a jogar no Newcastle, 12º classificado da liga inglesa. Afinal, o campeonato português ainda vai tendo os seus atractivos, não obstante os constantes assassínios de carácter por quem (supostamente) deveria cuidar dos seus interesses. E isso é bom de ver. E é por isso que Aimar terá ao longo deste campeonato um maior capital de simpatia do que o capitão do Sporting, o central encarnado ou o mago portista.
PS: Algumas palavras rápidas sobre a questão do esclavagismo: gostava muito que o presidente da FIFA me explicasse a comparação absurda entre um dos maiores flagelos da história da humanidade e a impossibilidade de um jogador quebrar um contrato que assinou de livre vontade no momento em que de um outro clube lhe acenam com mais dinheiro. Pensava que era assim que se regiam a maior parte das relações profissionais - assina-se um contrato no melhor interesse de ambas as partes e ou se cumpre ou se submete às decisões da entidade empregadora. Gostava de saber em que sistema esclavagista os "escravos" continuam a receber chorudos salários de clubes onde já não jogam ou nunca jogaram (relembro apenas os casos de Peixe, Ibarra, Porfírio, entre muitos, muitos outros), apesar de há muito não servirem os interesses dos clubes. Num sistema esclavagista, esses jogadores seriam descartados sem qualquer direito.
1 comment:
e atao p qd o analise do jogo de sabado? que se saldou em + 1 derrota do FCP contra o SCP.
Post a Comment