É indiscutível que é impossível escamotear uma vitória. A Holanda levou de vencida a selecção dinamarquesa por 2-0, resultado que parece oferecer pouca matéria de discussão. No entanto, creio que não será tanto assim, dado que a equipa laranja demonstrou algumas lacunas preocupantes para quem costuma aspirar (e falhar) a voos mais altos.
A Dinamarca apresentou-se num 4x4x2 clássico, com Rommedahl ligeiramente atrás do ponta-de-lança Bendtner, escolhendo a linha de meio-campo como zona de pressão preferencial. Em vez de se preocupar com as individualidades holandesas, a equipa de Morton Olsen preferiu sempre concentrar-se na posição da bola, saindo ao seu portador sempre que aquela cruzava a linha do meio-campo. Com isto, aliado à pouca mobilidade dos seus quatro jogadores mais avançados, a Holanda tinha mais posse de bola, mas mostrava grandes dificuldades no último terço do terreno.
Ao invés, o onze da equipa dos vikings não só mostrava uma boa organização defensiva, como provava - lance após lance - ter contra-ataques bem trabalhados e rotinados, colocando a defensiva adversária em guarda. Não fora aquele autogolo assaz estranho e creio que estaríamos a falar de um resultado diferente.
No que diz respeito apenas à laranja (hoje pouco) mecânica, destaque para a invulgar agressividade com que os seus jogadores mais recuados abordavam os adversários e o enorme espaço nas costas que tanto van Bommel como de Jong deixam sempre que se aventuram no ataque. Com efeito, as transições defensivas da equipa das tulipas deixam neste momento muito a desejar. A menos que alguns destes problemas sejam resolvidos num futuro não muito distante, creio que a Holanda terá dificuldades em impor-se a equipas de maior porte.
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