Antes de mais uma ronda, tinha intenção de escrever um texto elogioso para com Quique Flores. Infelizmente, não me tem sobrado muito tempo para ver futebol, quanto mais comentá-lo. Seja como for, cheguei à conclusão de que este texto faz ainda mais sentido hoje, dois dias depois da pesada derrota do Benfica na Grécia (declaração de honestidade: não vi o jogo de quinta-feira e, como tal, posso não partilhar da revolta de muitos dos que puderam ver a suposta "tragédia" em directo).
Quique é um bom treinador. Mais, creio que é o treinador de que o Benfica precisa. Na verdade, creio que é o treinador (ou, pelo menos, um dos treinadores) de que Portugal precisava. É equilibrado no que diz, mostra-se sempre cortês, não perde as estribeiras, não se deita a lançar críticas aos árbitros, ao "sistema", à federação, à liga e a tudo o mais que esteja minimamente relacionado com o futebol quando perde. Pelo contrário. Assume sempre as suas responsabilidades e vai dando inúmeras pistas que vão permitindo vislumbrar para onde quer ir - tanto a nós, meros espectadores, como aos jogadores. Tinha aqui escrito, no início da época, que Quique tinha tudo para ser um dos melhores treinadores do Benfica, assim lhe dessem tempo. Pessoalmente, continuo a achar o mesmo, passados alguns meses. A equipa encarnada pode ainda não ter futebol suficiente para ombrear com os melhores da Europa, mas tem pelo menos algumas metas e objectivos definidos. E isso é sem dúvida um excelente ponto de partida.
Deixo apenas um ponto para reflexão: Alex Ferguson, por muitos considerado um dos melhores treinadores do mundo, não foi capaz de conquistar qualquer troféu durante os seus primeiros quatro anos. Até que ponto Ferguson não estaria no desemprego, se trabalhasse em Portugal? Se o Manchester United não tivesse tido paciência e a noção de que tinha feito a escolha acertada para um futuro mais alargado do que o mero resultado do fim-de-semana, os portugueses poderiam ter perdido a melhor versão de Cristiano Ronaldo.
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