Wednesday, June 18, 2008

A Europa às voltas

A segunda semana do Europeu já vai a meio e já há equipas inteiras a fazerem as malas para voltarem a casa, mais ou menos vergadas ao peso da derrota. Portugal conseguiu, como já se sabia, passar aos quartos-de-final, jogando contra a Alemanha, conforme se previa.

Começando pelo tema que tanto deixou os portugueses irritados, creio que Scolari fez o que tinha a fazer. Os seus actos viriam a virar-se contra si num futuro próximo, fosse como fosse (a menos que vença o Europeu), e, como tal, optou por "viver e morrer" pela sua cabeça. Rodou a equipa, premiou os habituais suplentes com 90 minutos de jogo, dando-lhes ritmo e passando uma mensagem de confiança. Infelizmente, a derrota veio a acontecer, mas não creio que venha a ser tão dramática quanto isso. O apuramento e o primeiro lugar do grupo estavam garantidos: que mal poderia fazer uma derrota, inclusivamente?

A Suíça demonstrou um outro aspecto que me parece importante e que já foi demonstrado não raramente por Scolari: por vezes, parece não compreender que substituir 8 jogadores por outros 8 jogadores para as mesmas posições nunca dá o mesmo resultado, pois os equilíbrios, movimentações (com e sem bola) são completamente diferentes. Espero sinceramente que o seleccionador tenha compreendido que Meira nunca pode ser trinco a menos que seja para defender o resultado, que Miguel está absolutamente fora de forma, que Quaresma é o que é e que Miguel Veloso não pode jogar na posição 8. Mas isso sou eu.

De resto, a grande notícia surgiu ontem - a França foi eliminada do Europeu. Creio que não haveria muita gente a prever este final, mas foi efectivamente o que aconteceu. Pessoalmente, penso que foi mais do que justo. A França pareceu sempre uma equipa sem ideias, sem forma de marcar golos ou dominar qualquer jogo (embora tivesse bons momentos contra a Holanda), demonstrando que Domenech é um treinador falho de ideias e que nem sempre rodear-se dos mesmos veteranos dá bons resultados. Uma vez não é vez, como costuma dizer-se. Caneco, até Humberto Coelho chegou à meia-final de um Europeu! A Itália demonstrou alguns pontos fortes, como sempre, mas mais algumas fraquezas do que seria de esperar. Seja como for, jogar contra a Espanha sem Pirlo e Gattuso vai ser uma tarefa extremamente complicada, porque não há ninguém com características semelhantes ao génio do AC Milan. A ver vamos que solução apresenta Donadoni.

Quanto ao jogo de amanhã de Portugal frente à Alemanha, terei de discordar de Big Phil (para nos irmos habituando alcunha colocada pelos ingleses), pois, pelo que vi até agora, a Alemanha está longe de me parecer uma selecção imbatível, quanto mais a melhor selecção do Europeu. Fritz é lento e não desequilibra ofensivamente (embora seja um bom equilíbrio para Lahm), Jansen é o elo mais fraco da equipa, enquanto que os dois pontas-de-lança (sendo Klose o melhor deles, de longe) retiram alguma profundidade aos flancos da equipa. Se a Alemanha jogar da mesma forma contra Portugal, apenas com Ballack e Frings a fazerem o trabalho de sapa, creio que Portugal vai ter a tarefa facilitada para controlar o jogo, graças às boas acções de Petit, Moutinho e Deco. Creio que Portugal tem tudo para ganhar o jogo, até porque Podolski terá a opção de ficar nos terrenos de Bosingwa ou imiscuir-se nos de Ricardo Carvalho, Pepe e Petit. Vamos lá ver o que faz a suposta melhor equipa do Europeu. Cá estaremos para falar disso!

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