No seguimento da análise inicial, é agora chegada a altura de uma decomposição mais detalhada do encontro da passada quinta-feira entre Bayer Leverkusen e Benfica. Com efeito, existem alguns factos curiosos (e reveladores) sobre o desempenho das duas equipas.
Roubos de bola efectuados pelas duas equipas. |
Por outro lado, o gráfico pertencente ao Benfica proporciona uma leitura extremamente interessante. Em vez de apontar à jugular, como tantas vezes acontece, as águias não tiveram quaisquer problemas em recuar as suas linhas. Se olharmos com atenção para o gráfico encarnado, constataremos que apenas 2 dos 20 roubos de bola foram efectuados (ligeiramente) à frente da linha divisória.
Outro aspecto interessante desta partida residiu na fluidez dos três avançados do Bayer Leverkusen - Stefan Kiessling, Gonzalo Castro e André Schürrle. Embora todos eles tivessem posições de partida fixas, o seu movimento foi constante e as suas combinações foram alvo de atenção redobrada. Kiessling, por exemplo, foi fundamental ao recuar para receber a bola de costas para a baliza contrária, permitindo que Schürrle explorasse o espaço libertado por Kiessling.
As exibições versáteis de Kiessling e Castro. |
- Dividir em dois
Embora a corrente de jogo não possa ser rachada ao meio em duas metades idênticas, resulta ainda assim interessante separar os dados da primeira e da segunda parte. Comecemos com os desempenhos contrastantes de Castro.
O desempenho de Castro dividido entre as duas partes. |
Castro foi um dos jogadores mais decisivos durante toda a primeira parte. Embora tenha começado na direita e permanecido nesse flanco na fase defensiva, o extremo-direito flectia frequentemente para o centro sempre que a sua equipa tinha a bola. Com isso, não só criou inúmeras situações de superioridade numérica contra a dupla de médios do Benfica constituída por Matic e André Gomes (à semelhança do que Defour fez contra o mesmo Benfica), como libertou igualmente a ala para os avanços de Hogasai. Contudo, na segunda parte, o seu contributo foi muito mais limitado, em parte devido à maior colaboração defensiva de Gaitán.
Passes efectuados pelo Bayer Leverkusen no último terço - primeira e segunda parte. |
Graças ao movimento e astúcia dos seus três avançados, o Bayer Leverkusen desfrutou de longos períodos de posse de bola e de boas posições para criar perigo (ainda que raramente tenha conseguido concluir as jogadas) durante a metade inicial. Conforme é possível ver no gráfico mais acima, os alemães não só insistiram em jogar pelas alas, como também encontraram enormes facilidades de penetração pelo centro. Na segunda parte, as suas investidas pelo meio foram muito mais forçadas e as jogadas pelos flancos foram frequentemente anuladas pelos encarnados, ao contrário do que havia acontecido nos 45 minutos iniciais.
Remates do Bayer Leverkusen - primeira e segunda parte. |
Embora se tenha exibido a melhor nível ao longo do primeiro período, o gráfico mais acima mostra como o Bayer Leverkusen se limitou a remates de longe ao longo da maioria dos primeiros 45 minutos. Foi apenas na segunda parte que a equipa germânica conseguiu aproximar-se da baliza à guarda de Artur Moraes, numa altura em que se mostravam cada vez mais desesperado para marcar pelo menos um golo. A sua melhor e mais fluida fase de jogo não esteve à altura da abordagem mais directa que favoreceram na segunda metade, particularmente após sofrer o golo.
Passes efectuados pelo Benfica no último terço - primeira e segunda parte. |
No que diz respeito ao Benfica, a divisão do seu jogo pelas duas partes fornece igualmente conclusões interessantes. Ao analisarmos o gráfico mais acima, poderemos verificar que os passes realizados no último terço foram muitas vezes laterais e que a aposta pelo centro raramente resultou. No entanto, houve ainda assim algumas tentativas de investir num futebol mais rendilhado. Se observarmos o gráfico da segunda metade, veremos que os passes das águias são muito directos e incisivos (quase nunca pelo meio), típico de uma equipa dedicada ao contra-ataque.
Remates do Benfica - primeira e segunda parte. |
Embora não haja uma diferença excessiva entre as duas partes no que a remates diz respeito, é contudo evidente que, ao longo dos segundos 45 minutos, o Benfica não só rematou mais, como teve igualmente maior liberdade para rematar em posições mais favoráveis.
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