Monday, August 31, 2009

Da organização


Depois de ver a primeira parte do Benfica-Vitória de Setúbal, não consigo deixar de pensar na desorganização que parece reinar no clube a todos os níveis. Na verdade, não há como não ficar espantado com o facto de o próprio treinador dos sadinos, Carlos Azenha, ter afirmado que, não obstante o clube ter 17 atletas em fim de contrato, não havia um único atleta referenciado pelo departamento de prospecção - particularmente difícil quando não existe um departamento de prospecção. Como consequência directa, Azenha organizou nas últimas largas semanas uma espécie de campo de férias para jogadores livres; na verdade, o número de atletas que foram treinar à experiência cifra-se algures entre as três e quatro dezenas. Como se pode pedir depois algum tipo de competitividade a uma equipa formada deste modo?

Por último, gostaria apenas de referir algo que continua a parecer-me óbvio: o Setúbal entrou no relvado do Estádio da Luz temeroso, organizado num 5-3-2, com vários jogadores fora das suas posições, sendo que Azenha parecia querer transmitir uma mensagem clara de defesa recuada, aparentemente sem qualquer ideia de contra-ataque. Continuo em crer que os jogadores de futebol se regem muito mais por mensagens óbvias, como o onze escalado, por exemplo. Não creio que tenha sido por acaso que os melhores resultados do FC Porto de Jesualdo Ferreira (cujas "invenções" já aqui tinha criticado anteriormente) começaram a surgir quando as invenções desapareceram. Ajustar a equipa em função do adversário, sim; perder a identidade parece-me sempre contraprodutivo.

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