Thursday, April 2, 2009
"Mea culpa"
Há muitos motivos pelos quais admiro o trabalho de José Mourinho, actual treinador do Inter de Milão. Aprecio a sua capacidade de trabalho, de análise da sua equipa e do adversário, de contínua sistematização das suas ideias no treino e no jogo e de conseguir retirar rendimento de jogadores que, à primeira vista, pareciam estar fadados para o insucesso. Aprendi a vê-lo colocar jogadores medianos a render o que nunca tinham rendido até então e nunca mais renderam desde esse momento (o caso de Joe Cole ou Marco Ferreira vem-me imediatamente à memória).
No entanto, há uma outra parte de Mourinho que me cativa: a sua frontalidade em algumas ocasiões. Numa entrevista realizada ontem num canal televisivo italiano, o treinador português não teve qualquer problema em admitir que a contratação de Quaresma não só tinha sido um erro, como admitiu também tratar-se de um erro seu. Não conheço muitos treinadores que não se refugiem na diplomacia das respostas-tipo a este tipo de questões, mesmo depois de se retirarem do activo. Mourinho não teve papas na língua e assumiu uma má contratação (e dispendiosa) feita pelo clube no qual ainda se encontra.
Na minha opinião, são pequenas atitudes como estas que vão aproximando os adeptos das equipas de Mourinho dos jogadores. Mourinho podia ter contornado a questão ou atirado a responsabilidade para um qualquer infortúnio do destino. Ao invés, assumiu a sua culpa, mostrando aos adeptos interistas que não só é capaz de errar, como também de reconhecer os seus próprios erros. Qualquer adepto ficaria contente por ver o seu treinador fazer um mea culpa por uma contratação cara falhada, não?
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