...quanto mais eu. Sou razoavelmente conhecido no meu meio por não ser um dos maiores defensores de Jesualdo Ferreira, especialmente quando defronta equipas de valia igual ou superior, especialmente fora de casa, altura em que quase sempre opta por apresentar revoluções não só no onze titular como na forma de jogar da sua equipa. Não obstante, tenho de tirar o chapéu à estratégia que adoptou no último clássico entre FC Porto e Benfica. Mostrando conhecer de antemão o sistema táctico de Quique Flores (quanto a mim, estranhamente inflexível), o treinador portista foi inteligente ao colocar os seus jogadores em campo, comprovando perante milhares de (tele)espectadores que o Benfica tem ainda um longo caminho a percorrer.
Com efeito, o 4x3x3 foi colocado de lado em detrimento de um 4x4x2 extremamente moldável, consoante a equipa estivesse em posse de bola ou a defender. Com Fucile na esquerda para travar Di María ou Reyes, Fernando à frente da defesa para encurtar o espaço de acção de Aimar (tarefa que, neste momento parece impossível de executar por Guarín e que retiraria Raúl Meireles das transições rápidas que o treinador portista tanto aprecia), Tomás Costa imbuído de travar as subidas de Leo para que Sapunaru tivesse apenas de se preocupar com Reyes, o combate a meio-campo estava ganho, em termos práticos, uma vez que ainda sobrava Lucho e Meireles para a luta directa, tanto ofensiva como defensiva, com Carlos Martins e Yebda, ainda demasiado "verdes", na minha opinião, para conseguir dar seguimento ao sistema que Quique pretende impor.
É indiscutível que o penalty marcado aos 10 minutos deu ao FC Porto uma margem de manobra e um conforto que não teria tido, possivelmente, se não tivesse logrado colocar-se em vantagem tão cedo. Seja como for, tenho de admitir que Rodríguez foi quase sempre uma dor de cabeça para a defesa benfiquista, com as suas constantes diagonais para o centro do terreno e/ou subidas pelo flanco, sendo que Lisandro fez mais uma exibição muito bem conseguida, dando trabalho de sobra aos centrais benfiquistas e Lucho deambulou por todo o terreno, ofereceu boas combinações aos seus companheiros, deu uma ajuda a defender, sofreu e marcou o penalty e mostrou que qualquer dependência de Quaresma era mera fantasia. Confesso-me curiosíssimo por saber até que ponto a estratégia de Jesualdo frente ao Arsenal daqui por três semanas se revelará acertada. Todos nós acertamos uma vez. Os bons acertam mais do que erram.
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