Wednesday, February 22, 2012

De rastos

O Nápoles venceu ontem o Chelsea por 3-1 e praticamente carimbou a passagem à eliminatória seguinte. Na verdade, dada a situação em que o Chelsea se encontra, é difícil imaginar a equipa inglesa a marcar dois golos sem resposta.


Por vezes, é difícil crer que André Villas-Boas foi durante anos um observador de adversários (e na equipa técnica de José Mourinho). Confrontado com um oponente bastante específico - disposto num 3x4x3 -, o técnico português optou pelo seu mais recente 4x2x3x1, com Meireles e Ramires como duplo-pivô, Mata por trás de Drogba, e Sturridge e Malouda nas alas. Como tal, tanto Sturridge como Malouda se demitiram das suas tarefas defensivas com demasiada frequência e o Nápoles procedeu à sua rotina de criar superioridade numérica nas alas.

Com as subidas de Maggio e Zuñiga e com Hamsik e Lavezzi a não se restringirem às alas, foi difícil entender a abordagem defensiva do Chelsea. Dado que Sturridge e Malouda se mostravam renitentes em assumir uma postura defensiva, Meireles e Ramires eram arrastados para as alas no sentido de tentar estancar a hemorragia e marcar o ala (Zuñiga ou Maggio) ou o extremo (Lavezzi ou Hamsik). Com os dois médios defensivos quase anulados, Cavani e Lavezzi tiveram toda a liberdade de receber a bola e semear o caos na defesa londrina. Como é fácil de concluir, os dois atacantes napolitanos marcaram os três golos e estiveram envolvidos em várias outras jogadas de perigo.

Villas-Boas deveria ter sido fiel ao seu estimado 4x3x3, especialmente se levarmos em conta que nem Ramires nem Meireles constituem necessariamente as melhores escolhas para desempenharem funções num dpulo pivô e que ambos oferecem o seu melhor com a sua llegada à grande área e ao criarem superioridades numéricas a partir do meio-campo. Com esta disposição táctica, não lhes é possível tirar proveito das suas quaildades e Mata é presa fácil para os defesas contrários. Ao optar pelo 4x2x3x1, Villas-Boas ficou impossibilitado de tirar proveito da superioridade numérica que teria no meio do terrno com o seu 4x3x3, o que não deixa de ser estranho.

O Chelsea continua a dar uma imagem de uma equipa à procura de um remédio para todas as panaceias, mas continuam renitentes em fazer coisas simples, desde a formação de uma unidade defensiva coesa a um simples passe de 5 metros. Enquanto jogadores e treinador não aceitarem esse facto, é difícil imaginar os londrinos a manterem o quarto lugar e, com isso, garantirem a presença na próxima edição da Liga dos Campeões.

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