Em Portugal, construíram-se dez estádios para dar as boas-vindas ao Euro 2004. Pouco caso se fez na altura se o número fazia sentido, se os clubes (ou as autarquias, como se veio a provar mais tarde) teriam capacidade para os suportar ou se era possível encontrar formas de os rentabilizar. A decisão foi avante, com a dúbia justificação de que promoveria a actividade desportiva e aumentaria as assistências das partidas de futebol e, por conseguinte, as receitas. 8 anos volvidos, a falácia está infelizmente à vista de todos.
Na Alemanha, reconverteram-se oito estádios para o Mundial de 2006. Estranhamente, quase todos eles registam taxas de ocupação em dias de jogos superiores a 75%. Para além disso, verificou-se uma aposta vincada no contexto dos mesmos, integrando-os não em ermos longe de tudo e todos, mas num contexto que potencia levar a família algum tempo antes do jogo, seja para conhecer o estádio, a galeria comercial ou as inevitáveis áreas de diversão que os envolvem.
Para além disso, ao contrário do que a Liga gosta de pensar, o preço dos bilhetes conta - e muito. Este fim-de-semana, na partida que opunha as equipas do Hamburgo e Borussia de Dortmund (actual segundo classificado e campeão em título), os adeptos visitantes fizeram greve porque o preço dos bilhetes era considerado exorbitante. O preço? 19 €! O mais curioso foi que os simpatizantes da equipa adversária fizeram um protesto silencioso durante o jogo - contra a sua própria equipa, por praticarem preços que consideravam injustos.
Tudo isto nos parece estar a milhas de distância, mas continua a ser possível arrepiar caminho e potenciar os investimentos que todos nós realizámos. Resta-nos querer para poder.
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