Friday, August 19, 2011

Começar com o pé esquerdo e terminar com o direito

No primeiro jogo no Dragão a contar para o campeonato, o FC Porto defrontou o Gil Vicente. Com as duas equipas a apresentarem os mesmos onzes da primeira jornada, foi sem surpresa que se assistiu à repetição de alguns defeitos e virtudes. Com efeito, os dragões entraram algo nervosos, especialmente na circulação de bola entre defesas e Souza: Foi precisamente num desses momentos, logo aos 2 minutos, que o Gil Vicente pressionou um mau domínio de Sapunaru, conquistando um penalty, cometido por um Otamendi já em desespero de causa.

Se os azuis e brancos já estavam nervosos, o golo adversário não ajudou em nada. Souza continua a demonstrar algumas dificuldades na construção (é raro o passe ao primeiro ou segundo toque) e os de Barcelos traziam a lição bem estudada, jogando em bloco baixo e apostando não só nas transições rápidas, mas também na pressão bem exercida aos alvos azuis identificados como menos fortes em posse de bola.

Ainda assim, o querer atirou o FC Porto para a frente e foi graças a um penalty sobre Hulk - convertido sobre o mesmo - que chegou à igualdade, ao minuto 10. Com a igualdade, os dragões foram-se assenhorando do jogo, afastando os nervos, e foi no seguimento de um desses lances que chegaram ao segundo golo, por intermédio de Sapunaru (num canto bem batido por Hulk), que assim se redimia do lance menos feliz do golo dos gilistas.

Os campeões nacionais pareciam querer acalmar o jogo e exercer finalmente o seu domínio, mas a equipa de Barcelos não se mostrou interessada e continuou a mostrar que vinha para jogar, ainda que com as suas armas. Assim, tiveram uma oportunidade de golo clamorosa, aos 23', que João Vilela falhou perante Helton.

A segunda parte trouxe um FC Porto mais afoito tanto a defender como a atacar e, com isso, conseguiu aumentar a vantagem para dois golos logo ao terceiro minuto, numa verdadeira bomba de Hulk. 3 minutos depois, Kléber e Hulk construíram uma bela jogada para a nova referência de área azul e branca cabecear ao lado do poste esquerdo.

As substituições serviram para atiçar um pouco um dragão mais interessado em controlar o jogo, após a vantagem. Belluschi e Djalma entraram para os lugares de Guarín e Varela, respectivamente, e essas alterações trouxeram uma maior mobilidade, em particular a de Belluschi, sempre predisposto a fazer passes de ruptura e explorar os espaços.

Até final, assistimos a uma tentativa de reacção da turma de Barcelos, potenciada pela continuação de alguma falta de agressividade defensiva por parte do FC Porto. Apesar de tudo, não houve grandes sustos, mas fica a nota para o próximo jogo, contra um adversário incomparavelmente mais difícil.

Positivo:

- Atitude do Gil Vicente. Se todas as equipas demonstrassem a mesma vontade de discutir o resultado (ainda que com as suas armas, como é óbvio), talvez o campeonato nacional fosse capaz de atrair mais adeptos.

Negativo:

- Momento defensivo do FC Porto. A equipa parece estar ainda algo confusa sobre quando deve ou não fazer pressão. Como tal, criam-se involuntariamente autênticos buracos, partindo a equipa e expondo-a às transições.


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