O último texto deste blogue tinha versado sobre a lição táctica que Sir Alex Ferguson, treinador do Manchester United, tinha ministrado ao seu adversário da Liga dos Campeões. Pois bem, parece haver algo na turfa inglesa que leva os treinadores a não tomarem as opções mais lógicas e racionais em jogos da Premier League, optando ao invés por decisões apenas compreensíveis segundos os cânones ingleses.
Num jogo que opunha Arsenal e Manchester United e que era decisivo para as contas do campeonato, a equipa de Ferguson optou - como costuma fazer contra este adversário - por ceder a posse de bola e explorar o contra-ataque. No entanto, a estratégia não parecia estar a funcionar e a equipa de Wenger não parecia disposta a abdicar da vitória.
Raras são as vezes em que o resultado de uma substituição é tão notório. Num onze que incluía já Ji Sung Park, Nani, Rooney e Hernández como opções atacantes (num 4-4-1-1 bem definido), o treinador escocês optou por desfazer a dupla Anderson-Carrick no meio-campo, substituindo o médio brasileiro por Valencia (outro atacante), trazendo Park para o centro do campo, onde o sul-coreano nunca teve qualquer rotina. Na jogada imediatamente a seguir, Park não fechou o seu espaço, como Anderson, vinha fazendo até então, e o seu opositor directo entrou na área e marcou calmamente o golo da vantagem dos londrinos.
O que se viu no resto do jogo deixou ainda mais perplexos quaisquer amantes do futebol que não tenham passaporte inglês. A perder, o manager do United optou por tirar o único médio que tinha para fazer entrar - pasme-se - Michael Owen. Como resultado, o onze de Manchester perdeu de vez o controlo do jogo e, por seu turno, o Arsenal fez o que melhor sabe: manter a posse de bola sem qualquer objectivo final.
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