No futebol actual, não sobra muito espaço para os contos de fadas. Com efeito, à medida que as competições vão sendo afinadas, cada vez se vão estreitando as possibilidades de clubes de menores dimensões atingirem fases mais avançadas de provas como a Liga dos Campeões. Ao que parece, o Schalke 04 nunca foi informado desse facto.
Dir-se-ia que o simples facto de ocupar o 10º lugar no respectivo campeonato e de ser uma das defesas mais batidas da Liga dos Campeões - por oposição ao Manchester, com apenas 3 golos sofridos ao longo de toda esta edição - levaria a que os alemães tivessem tomado pelo menos algumas medidas para contrapor ao jogo mais compacto do onze britânico. Ao invés, o que se viu foram 90 minutos de total previsibilidade, não de jogo ou de movimentações, mas sim de resultado.
O Schalke parece não ter entrado sequer no novo milénio. Longe vão os tempos em que equipas apenas dotadas de competências ofensivas logravam atingir altos voos. Hoje em dia, a organização é fundamental e, acima de tudo, o espaço entre as diferentes linhas das equipas. Não é possível pretender discutir uma eliminatória quando os três avançados recuam quase a passo (à la Jardel) e um dos médios-centro tenta seguir-lhes as pisadas. Ao ver o Schalke partir a equipa por iniciativa própria, começaram a subsistir dúvidas sobre se o adversário que tinham pela frente havia sido analisado; Rooney, Giggs e Carrick jogavam a seu bel-prazer, sem qualquer marcação minimamente incisiva, fazendo com que os germânicos pouco mais fizessem do que correr atrás da bola (mas não muito).
Uma última palavra para Manuel Neuer - um guarda-redes de agilidade e reflexos impressionantes que brillhará por certo noutras paragens num futuro não muito distante. Resta saber se a sua capacidade de concentração se mantém tão apurada ao jogar numa equipa que lhe garanta um número consideravelmente menor de intervenções.
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