A Argentina foi há poucos minutos eliminada sem apelo nem agravo aos pés da Alemanha. Arriscar-me-ia aliás a dizer que a selecção das pampas foi a imagem fiel do seu treinador: muito talento, mas muito pouco trabalho e organização. A uma concepção de jogo romântica e quasi-suicida, a formação germânica mostrou que o futebol actual se rede muito mais em torno de uma ideia de colectivo do que à volta de uma vedeta. Na verdade, quase todas as principais estrelas saíram deste mundial vergadas ao peso da impotência. Os comentadores da RTP referiram com alguma surpresa o facto de a equipa alemã parecer ter-se reinventado com a ausência de Ballack, capitão da equipa. Com efeito, o mesmo tinha acontecido, por exemplo, com Cristiano Ronaldo, com a equipa portuguesa a mostrar-se à altura da ausência da sua vedeta. Pessoalmente, creio que, muitas das vezes, as vedetas são mais problema do que solução, uma vez que as equipas ficam muitas das vezes reféns não só do jogo como também dos egos desses jogadores. Como tal, não pode ser surpreendente ver o surgimento de Mueller, Khedira ou Oezil, sem espaço com Ballack na equipa.
Quanto à questão do treinador, associo frequentemente Maradona a Scolari, pela mesma vontade e "venda de sonhos", mas também pela mesma incapacidade de responder presente quando o treinador é efectivamente necessário. A equipa argentina desmoronou-se logo desde o início, com um enorme espaço vazio à frente de Mascherano e com a total inoperância de Di María ou Maxi Lopez, por exemplo. Pior do que isso, o seleccionador alviceleste não foi capaz de ler o jogo e corrigir esse problema, dando azo a que a equipa alemã controlasse sempre as operações.
PS: Numa altura em que o Armagedão se parecia ter abatido sobre as selecções europeias, eis que há uma forte probabilidade de vermos três equipas do Velho Continente nas quatro semifinalistas.
1 comment:
Acabaram os comentários?
As contratações não servem de tema?
Post a Comment